ATENDIMENTOS PSICANALÍTICOS EM URGÊNCIA SUBJETIVA
MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM TEMPOS DE COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.54620/cadesp.v16i1.578Palavras-chave:
Políticas Públicas, Saúde Pública, Infecções por Coronavírus, Violência Doméstica, PsicanáliseResumo
O objetivo deste artigo é analisar o aparato da escuta clínico-institucional em urgência subjetiva nas políticas públicas, a partir de atendimentos psicanalíticos de mulheres, via remota, em situação de violência doméstica em tempos da pandemia de COVID-19. Discute-se um caso clínico paradigmático, inserido no projeto de Pesquisa Intervenção do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em parceria com o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NUDEM), vinculado à Defensoria Pública do Estado do Ceará. Problematiza-se a complexidade da violência de gênero, evidenciando as tensões de uma visão dicotômica vítima e agressor. Conclui-se que diante do cenário da pandemia por coronavírus, novas exigências se impuseram no cotidiano, de forma que os atendimentos do dispositivo de urgência subjetiva com mulheres em situação de violência doméstica, tal como ilustrado no caso clínico, vêm permitindo um melhor posicionamento delas diante das situações de vulnerabilidade e risco. As interfaces entre o judiciário e a saúde mental apontam êxitos no que tange ao enfrentamento da violência doméstica.
Downloads
Referências
2. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. 2020, 14. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-publica/
3. Belém (PA). Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher [Internet]. Belém: 1994. Disponível em: http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/m.Belem.do.Para.htm.
4. Scott J. Gênero: uma Categoria Útil de Análise Histórica. Educação e Realidade. 1995. 20(2):71-99. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721.
5. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da Violência. Ministério da Economia: IPEA [Internet]; 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes
6. Brasil. Relatório de Atendimento da Casa da Mulher Brasileira. Governo do Estado do Ceará. Fortaleza: 2021.
7. World Health Organization. WHO multi-country study on women's health and domestic violence against women: initial results on prevalence, health outcomes, and women's reponses. 2005. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/violence/24159358X/en/
8. Bodiou L, Chauvaud F. Féminicides, féminicides e violences de genre. In Boudiou L, Chauvaud F, Gaussot L. Grihon MJ, Laufer L, Santos B (Org.) Assassinats de femmes. Le féminicide. Histoire et actualités. Paris: Hermann Éditeurs; 2019.
9. Brasília. Resolução nº 011, de 11 de maio de 2018. Regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologias da informação e da comunicação e revoga a Resolução CFP nº 11/2012. Conselho Federal de Psicologia [Internet]. 2018. Disponível em: https://e-psi.cfp.org.br/resolucao-cfp-no-11-2018/
10. Brasília. Resolução nº 4, de 26 de março de 2020. Dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de Tecnologia da Informação e da Comunicação durante a pandemia do COVID-19. Conselho Federal de Psicologia [Internet]. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-4-de-26-de-marco-de-2020-250189333
11. Mendonça VD. Atendimento psicológico online no contexto da pandemia de COVID-19. Cadernos ESP [Internet]. 22º de julho de 2020;14(1):74 -79. Disponível em: //cadernos.esp.ce.gov.br/index.php/cadernos/article/view/399
12. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União [Internet]. 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
13. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 1 de abril de 2016. Diário Oficial da União [Internet]. 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html
14. Maron G. Urgência sem emergência? In: Maron G, Borsoi P (Org.). Urgência sem emergência? . Rio de Janeiro: Subversos, 2012. p. 14-28
15. Simões FLC. Clínica da urgência subjetiva: efeitos da psicanálise em um prontoatendimento [dissertação]. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 2011. 101 p.
16. Caplan G. Princípios de psiquiatria preventiva. Rio de Janeiro: Editora Paidos; 1980.
17. Rodrigues JA, Dassoler VA, Cherer, EQ. A aplicabilidade do dispositivo clínico-institucional urgência subjetiva no tratamento da toxicomania. Mental [Internet]. 2012 jun;10(18) Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272012000100005
18. Ministério da Educação (BR). Rede Humaniza SUS. Governo do Brasil [Internet]. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-ufu/comunicacao/noticias/rede-humaniza-sus
19. Kruszel L. Esclarecer a função da psicanálise. In: Harari A, Cardenas MH, Fruger F (Org.). Os usos da psicanálise: primeiro encontro americano do Campo Freudiano. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria; 2003. p. 63- 96.
20. Cerruti MQ, Rosa MD. Em busca de novas abordagens para a violência de gênero: a desconstrução da vítima. Revista Mal-Estar e Subjetividade [Internet]. 2008; VIII(4): 1047-1076. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/4897
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cadernos ESP
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Accepted 2021-07-12
Published 2022-03-03