ATENDIMENTOS PSICANALÍTICOS EM URGÊNCIA SUBJETIVA

MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM TEMPOS DE COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54620/cadesp.v16i1.578

Palavras-chave:

Políticas Públicas, Saúde Pública, Infecções por Coronavírus, Violência Doméstica, Psicanálise

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar o aparato da escuta clínico-institucional em urgência subjetiva nas políticas públicas, a partir de atendimentos psicanalíticos de mulheres, via remota, em situação de violência doméstica em tempos da pandemia de COVID-19. Discute-se um caso clínico paradigmático, inserido no projeto de Pesquisa Intervenção do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em parceria com o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NUDEM), vinculado à Defensoria Pública do Estado do Ceará. Problematiza-se a complexidade da violência de gênero, evidenciando as tensões de uma visão dicotômica vítima e agressor. Conclui-se que diante do cenário da pandemia por coronavírus, novas exigências se impuseram no cotidiano, de forma que os atendimentos do dispositivo de urgência subjetiva com mulheres em situação de violência doméstica, tal como ilustrado no caso clínico, vêm permitindo um melhor posicionamento delas diante das situações de vulnerabilidade e risco. As interfaces entre o judiciário e a saúde mental apontam êxitos no que tange ao enfrentamento da violência doméstica. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Janara Pinheiro Lopes, Universidade de Fortaleza UNIFOR

Professora efetiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), vinculada à Graduação em Psicologia. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Bolsista de Doutorado vinculada à Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (DPDI) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS). Psicóloga e Psicanalista. Rua Dr. José Plutarco, 04, Cidade dos Funcionários, CEP 60822-075, Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: janarapinheiro@unifor.br. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4344172246417931. OrcID: https://orcid.org/0000-0002-1212-5025.

Jerzuí Mendes Tôrres Tomaz, Universidade Federal de Alagoas UFAL

Professora Associada da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Doutora em Letras e Linguística (UFAL) e Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Psicóloga e Psicanalista. Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS). Alagoas, Maceió, Brasil. E-mail: jerzuitomaz@hotmail.com. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0642903869243215 OrcID: https://orcid.org/0000-0002-9885-5773

Danielle Maia Cruz, Universidade de Fortaleza UNIFOR

Professora efetiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), vinculada ao Programa Mestrado Profissional em Direito e Gestão de Conflitos (MPDIR/UNIFOR). Pós-doutora em Avaliação de Políticas Públicas pelo Programa de Avaliação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará (UFC).  Mestre e doutora em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Socióloga e graduanda em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Coordenadora do Laboratório em estudos sobre violências contra mulheres, meninas e minorias (LEVIM/UNIFOR). Membro efetiva da Associação Brasileira de Antropologia. Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS). Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: dmaiacruz7@gmail.com. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2625425396891600. OrcID: https://orcid.org/0000-0003-1639-1547

Leônia Cavalcante Teixeira, Universidade de Fortaleza UNIFOR

Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Dra. em Saúde Coletiva (UERJ) com pós-doutorado em Psicologia na Universidade Aberta de Lisboa. Psicóloga e psicanalista. Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS); do GT “Psicanálise, política e clínica” da ANPEPP; da Rede Internacional Coletivo Amarrações – Psicanálise & Políticas com Juventudes; e do MCVI – “A universidade na prevenção e no enfrentamento da violência no Ceará”. Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: leonia.ct@gmail.com. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0037242106948921. OrcID: https://orcid.org/0000-0002-4997-5349

Bruna Estrela Andrade Braga Rocha, Universidade de Fortaleza UNIFOR

Graduanda em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Bolsista de Iniciação Científica vinculada à Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (DPDI) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS). Fortaleza, Ceará, Brasil. Email: brunaeandrade7@gmail.com. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9396849771756580. OrcID: https://orcid.org/0000-0002-4269-7315

Leonardo José Barreira Danziato, Universidade de Fortaleza UNIFOR

Professor Doutor Titular do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Psicanalista. Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade (LAEpCUS). Membro do GT “Psicanálise, Cultura e Política” da ANPEPP. Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: leonardodanziato@unifor.br.  Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0173039569237058. OrcID: https://orcid.org/0000-0002-8870-9123

Referências

1. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Violência doméstica durante a pandemia de covid-19 – Ed. 3: nota técnica de 24 de julho de 2020. Brasília: 2020. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2018/05/violencia-domestica-covid-19-ed03-v2.pdf
2. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. 2020, 14. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-publica/
3. Belém (PA). Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher [Internet]. Belém: 1994. Disponível em: http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/m.Belem.do.Para.htm.
4. Scott J. Gênero: uma Categoria Útil de Análise Histórica. Educação e Realidade. 1995. 20(2):71-99. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721.
5. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da Violência. Ministério da Economia: IPEA [Internet]; 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes
6. Brasil. Relatório de Atendimento da Casa da Mulher Brasileira. Governo do Estado do Ceará. Fortaleza: 2021.
7. World Health Organization. WHO multi-country study on women's health and domestic violence against women: initial results on prevalence, health outcomes, and women's reponses. 2005. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/violence/24159358X/en/
8. Bodiou L, Chauvaud F. Féminicides, féminicides e violences de genre. In Boudiou L, Chauvaud F, Gaussot L. Grihon MJ, Laufer L, Santos B (Org.) Assassinats de femmes. Le féminicide. Histoire et actualités. Paris: Hermann Éditeurs; 2019.
9. Brasília. Resolução nº 011, de 11 de maio de 2018. Regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologias da informação e da comunicação e revoga a Resolução CFP nº 11/2012. Conselho Federal de Psicologia [Internet]. 2018. Disponível em: https://e-psi.cfp.org.br/resolucao-cfp-no-11-2018/
10. Brasília. Resolução nº 4, de 26 de março de 2020. Dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de Tecnologia da Informação e da Comunicação durante a pandemia do COVID-19. Conselho Federal de Psicologia [Internet]. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-4-de-26-de-marco-de-2020-250189333
11. Mendonça VD. Atendimento psicológico online no contexto da pandemia de COVID-19. Cadernos ESP [Internet]. 22º de julho de 2020;14(1):74 -79. Disponível em: //cadernos.esp.ce.gov.br/index.php/cadernos/article/view/399
12. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União [Internet]. 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
13. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 1 de abril de 2016. Diário Oficial da União [Internet]. 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html
14. Maron G. Urgência sem emergência? In: Maron G, Borsoi P (Org.). Urgência sem emergência? . Rio de Janeiro: Subversos, 2012. p. 14-28
15. Simões FLC. Clínica da urgência subjetiva: efeitos da psicanálise em um prontoatendimento [dissertação]. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 2011. 101 p.
16. Caplan G. Princípios de psiquiatria preventiva. Rio de Janeiro: Editora Paidos; 1980.
17. Rodrigues JA, Dassoler VA, Cherer, EQ. A aplicabilidade do dispositivo clínico-institucional urgência subjetiva no tratamento da toxicomania. Mental [Internet]. 2012 jun;10(18) Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272012000100005
18. Ministério da Educação (BR). Rede Humaniza SUS. Governo do Brasil [Internet]. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-ufu/comunicacao/noticias/rede-humaniza-sus
19. Kruszel L. Esclarecer a função da psicanálise. In: Harari A, Cardenas MH, Fruger F (Org.). Os usos da psicanálise: primeiro encontro americano do Campo Freudiano. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria; 2003. p. 63- 96.
20. Cerruti MQ, Rosa MD. Em busca de novas abordagens para a violência de gênero: a desconstrução da vítima. Revista Mal-Estar e Subjetividade [Internet]. 2008; VIII(4): 1047-1076. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/4897

Publicado

03-03-2022

Como Citar

1.
Pinheiro Lopes J, Mendes Tôrres Tomaz J, Maia Cruz D, Cavalcante Teixeira L, Andrade Braga Rocha BE, José Barreira Danziato L. ATENDIMENTOS PSICANALÍTICOS EM URGÊNCIA SUBJETIVA: MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM TEMPOS DE COVID-19 . Cadernos ESP [Internet]. 3º de março de 2022 [citado 22º de dezembro de 2024];16(1):66-74. Disponível em: https://cadernos.esp.ce.gov.br/index.php/cadernos/article/view/578
Received 2021-05-30
Accepted 2021-07-12
Published 2022-03-03