A importância da família nas práticas de cuidado no campo da Saúde Mental
Palavras-chave:
Família, Saúde Mental, Práticas de cuidadoResumo
Esta pesquisa teve por objetivos investigar a vivência e participação da família no tratamento de usuários de saúde mental; identificar as formas de participação da família no tratamento do seu familiar; compreender os sentimentos e as dificuldades por ela vivenciados; e conhecer o relacionamento familiar e sua influência na recuperação do sujeito. Tratou-se de um estudo descritivo, delineado em uma abordagem qualitativa, realizado no Centro de Atenção Psicossocial, SER VI, de Fortaleza - CE. Os participantes da pesquisas foram quinze familiares que acompanhavam seus parentes nesse CAPS. A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto a outubro de 2011, por meio de entrevista semiestruturada. Portanto, alcançaram-se três categorias de análise: formas de participação da família no cuidado; sentimentos e dificuldades vivenciadas pela família; relacionamento familiar e sua influência na recuperação do indivíduo. Constatou-se haver tanto famílias que participam da vida do seu familiar, que cuidam e estão presentes em suas vidas, dando apoio emocional e instrumental como aquelas que abandonam ou sobrecarregam outros parentes. Diante das situações vivenciadas, há uma mistura de sentimentos, ressaltando-se a tristeza, a vergonha e o medo, decorrente de momentos de agressividade. As principais dificuldades envolvem o manejo das situações de crise e os problemas financeiros. Quanto à dinâmica familiar, há mudanças positivas com o tratamento, minimizando conflitos intrafamiliares, mas ainda prevalecem situações de desentendimento. Concluiu-se que as famílias ainda carecem de apoio para lidar com seu ente familiar em sofrimento psíquico, seja pela falta de informação em relação ao problema, ou pelo despreparo nas situações de crise. Nesse contexto, os trabalhadores da saúde, não só do campo da saúde mental, precisam co-nhecer e entender a dinâmica familiar para elaborar um plano de cuidados, visto que cada família tem sua singularidade e sua particularidade. De acordo com os preceitos da Reforma Psiquiátrica, a família tem papel central na reinserção social. Desta forma é fundamental, entender sua dinâmica e necessidades para pensar as práticas de cuidado.
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