MATERNIDADE, CUIDADO E ONCOLOGIA
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.54620/cadesp.v19i1.2442Palavras-chave:
Psicologia, Maternidade, Grupo FocalResumo
O diagnóstico de câncer infantil impõe rupturas significativas na vida familiar, e as mães frequentemente assumem um intenso e invisibilizado trabalho de cuidado. Este relato de experiência visa descrever e analisar essa vivência materna, buscando ampliar a discussão sobre gênero, trabalho e saúde mental nesse contexto. A metodologia qualitativa empregou observação participante e grupos focais com mães em uma casa de apoio filantrópica. Os resultados destacaram a dedicação exclusiva, a forte identificação com o papel de cuidadora e a dimensão do trabalho invisível. A discussão aprofunda sobre a assimetria de gênero no cuidado, a internalização do “instinto materno”, a dependência financeira e o sofrimento por lutos simbólicos não reconhecidos. Observou-se, ainda, a escassez de práticas de autocuidado. Conclui-se que essa maternidade é uma função solitária e exaustiva, exigindo renúncias e clamando por reconhecimento social e políticas públicas de apoio.
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Accepted 2025-10-21
Published 2025-11-17



















